sexta-feira, 4 de maio de 2012

Trabalho Rede For: As cidades gêmeas


As cidades-gêmeas são adensamentos populacionais cortados pela linha de fronteira; seja esta seca ou fluvial, articulada ou não por obra de infraestrutura; apresentam grande potencial de integração econômica e cultural assim como manifestações ‘condensadas’ dos problemas característicos da fronteira, que aí adquirem maior densidade, com efeitos diretos sobre o desenvolvimento regional e a cidadania.
A concentração de efeitos territoriais nas cidades-gêmeas (incluindo fatores de produção: terra, trabalho, capital, e serviços públicos e privados) e a extensão desses efeitos numa distância indeterminada rumo ao interior de cada território nacional tem implicações práticas para a atuação do Estado em suas respectivas faixas de fronteira.
“Um dos fatores que apresenta efeitos mais concentrados nas comunidades fronteiriças em zona de fronteira é o trabalho; as oportunidades que oferece o Estado mais desenvolvido, sobretudo para a realização de tarefas pesadas descartadas pelos profissionais qualificados desse mesmo Estado, acarretam ao longo do tempo fluxo de trabalhadores do lado mais pobre para o lado mais rico do limite internacional”.  Essa realidade ocorre com o Brasil, o país é o mais desenvolvido economicamente da América do Sul, dessa forma, criou se ao longo de um certo período a dependência econômica de países vizinhos com a economia brasileira, essa situação fica nítida para a população nas áreas de fronteira, pois a população da área mais pobre (no caso, do países vizinhos, como por exemplo, Paraguai, Bolívia e Colômbia) buscam adquirir capital na área mais rica; em relação a venda de produtos presenciamos uma situação que dificilmente é presenciada no Brasil, as etiquetas de produtos possuem três tipos de preço, com a moeda nacional, com o Dólar e com o Real (Paraguai e Bolívia são exemplos nítidos da ocorrência dessa situação); normalmente os serviços prestados pela população da área mais pobre é o braçal; isso, ocorre em outras localidade do mundo, como, por exemplo, México e Estados Unidos, a população mexicana se submete a realizar os piores serviços, pois a população com maior grau de conhecimento e poderio econômico ira se preocupara em realizar outros tipos de atividade, então esse fato não é algo exclusivo da realidade de fronteira com o Brasil, é algo que esta presente no globo terrestre (obviamente que essa situação no Brasil ocorre com uma menor intensidade do que nos EUA).
Infelizmente o Brasil não criou um documento único para tratar do fluxo de trabalhadores transfronteira, dessa forma, cria somente acordos bilaterais, os efeitos dessa política são problemáticos em termos de administração e desenvolvimento regional da faixa e da zona de fronteira, tendendo a reforçar em vez de modificar visões preconcebidas e assimetrias hostis à integração subcontinental.
Outras realidades negativas que ocorrem nas zonas de fronteira é o tráfico ilícito de entorpecentes e lavagem de dinheiro, em algumas cidades gemas essas realidades ocorrem com maior incidência, como, Ponta Porã (Sub-região Cone Sul-mato-grossense) e Pedro Juan Caballero (Paraguai); o trafico de drogas na região da respectiva cidade gêmea nos últimos anos está presente em alguns momentos na mídia, tanto nacional como internacional, os últimos conflitos que foram destaque na região é o de gangs que buscam o domínio de novas áreas para a comercialização de entorpecentes, o último conflito de grande repercussão foi o de uma chacina com mais de dez pessoas mortas; e em relação a lavagem de dinheiro houve a comprovação de que bancos paraguaios naquela cidade eram usados por bancos brasileiros em operações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Assim, fica percebível uma necessidade de mudanças das políticas de fronteira que o Brasil possui, claro, que também é necessário o maior patrulhamento das regiões de fronteira, dessa forma, existirá a possibilidade de diminuição desses problemas existentes nessas localidades.






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