As cidades-gêmeas
são adensamentos populacionais cortados pela linha de fronteira; seja esta seca
ou fluvial, articulada ou não por obra de infraestrutura; apresentam grande
potencial de integração econômica e cultural assim como manifestações ‘condensadas’
dos problemas característicos da fronteira, que aí adquirem maior densidade,
com efeitos diretos sobre o desenvolvimento regional e a cidadania.
A
concentração de efeitos territoriais nas cidades-gêmeas (incluindo fatores de
produção: terra, trabalho, capital, e serviços públicos e privados) e a
extensão desses efeitos numa distância indeterminada rumo ao interior de cada
território nacional tem implicações práticas para a atuação do Estado em suas
respectivas faixas de fronteira.
“Um dos
fatores que apresenta efeitos mais concentrados nas comunidades fronteiriças em
zona de fronteira é o trabalho; as oportunidades que oferece o Estado mais
desenvolvido, sobretudo para a realização de tarefas pesadas descartadas pelos
profissionais qualificados desse mesmo Estado, acarretam ao longo do tempo
fluxo de trabalhadores do lado mais pobre para o lado mais rico do limite
internacional”. Essa realidade ocorre
com o Brasil, o país é o mais desenvolvido economicamente da América do Sul,
dessa forma, criou se ao longo de um certo período a dependência econômica de
países vizinhos com a economia brasileira, essa situação fica nítida para a
população nas áreas de fronteira, pois a população da área mais pobre (no caso,
do países vizinhos, como por exemplo, Paraguai, Bolívia e Colômbia) buscam
adquirir capital na área mais rica; em relação a venda de produtos presenciamos
uma situação que dificilmente é presenciada no Brasil, as etiquetas de produtos
possuem três tipos de preço, com a moeda nacional, com o Dólar e com o Real
(Paraguai e Bolívia são exemplos nítidos da ocorrência dessa situação);
normalmente os serviços prestados pela população da área mais pobre é o braçal;
isso, ocorre em outras localidade do mundo, como, por exemplo, México e Estados
Unidos, a população mexicana se submete a realizar os piores serviços, pois a
população com maior grau de conhecimento e poderio econômico ira se preocupara
em realizar outros tipos de atividade, então esse fato não é algo exclusivo da
realidade de fronteira com o Brasil, é algo que esta presente no globo
terrestre (obviamente que essa situação no Brasil ocorre com uma menor
intensidade do que nos EUA).
Infelizmente
o Brasil não criou um documento único para tratar do fluxo de trabalhadores
transfronteira, dessa forma, cria somente acordos bilaterais, os efeitos
dessa política são problemáticos em termos de administração e desenvolvimento
regional da faixa e da zona de fronteira, tendendo a reforçar em vez de modificar
visões preconcebidas e assimetrias hostis à integração subcontinental.
Outras realidades negativas que ocorrem nas zonas
de fronteira é o tráfico ilícito de entorpecentes e lavagem de dinheiro, em
algumas cidades gemas essas realidades ocorrem com maior incidência, como,
Ponta Porã (Sub-região Cone Sul-mato-grossense) e Pedro Juan Caballero
(Paraguai); o trafico de drogas na região da respectiva cidade gêmea nos
últimos anos está presente em alguns momentos na mídia, tanto nacional como
internacional, os últimos conflitos que foram destaque na região é o de gangs
que buscam o domínio de novas áreas para a comercialização de entorpecentes, o
último conflito de grande repercussão foi o de uma chacina com mais de dez
pessoas mortas; e em relação a lavagem de dinheiro houve a comprovação de que
bancos paraguaios naquela cidade eram usados por bancos brasileiros em
operações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Assim, fica percebível uma necessidade de mudanças
das políticas de fronteira que o Brasil possui, claro, que também é necessário o
maior patrulhamento das regiões de fronteira, dessa forma, existirá a
possibilidade de diminuição desses problemas existentes nessas localidades.
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