terça-feira, 14 de agosto de 2012

Avaliando as expectativas da Rio+20


A Rio+20 é Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável,  ocorreu de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Não foi uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim como as esferas sociais e ambientais, além da econômica, também devem ser consideradas no desenvolvimento de um país.
Devemos relembrar da Rio 92, conferência ocorrida 20 anos depois da Conferência de Estocolmo, nesse período existia uma grande preocupação com a camada de ozônio (década de 80); infelizmente nessa época o Brasil era contrário a uma conferência que traze-se ações que de fato poderiam ser concretizadas, pois a visão governamental era que diminuindo o impacto ambiental consequentemente diminuiria o desenvolvimento do país (principais atividades que devastavam as áreas verdes do país no período era a agricultura e a pecuária).
A Rio+20 visava analisar o que foi alcançado no interstício entre ela e a Rio 92 (20 anos de intervalo); durante esse intervalo ocorreu várias movimentações globais referente a proteção do meio ambiente, como, por exemplo, a convenção do Clima e da Biodiversidade e o Protocolo de Kyoto (todos os países da união européia o ratificaram e tiveram resultados concretos; nesse protocolo não houve a adesão dos EUA, o maior emissor de poluentes do período). A conferência não proporcionou espaços “reais” para discussões, pois a mesma ocorreu em um espaço de três dias, sendo assim, o tempo era insuficiente para que ocorressem discussões e que os integrantes pudessem amadurecer algumas iniciativas de outros participantes.
A Rio+20 pode ser resumida como  uma grande decepção, pois, pra muitos, em especial organizações ambientais e líderes internacionais, esse é o resumo da Rio+20, que simplesmente foi uma conferência cerimonial. Por outro lado, os representantes do governo brasileiro afirmaram ter sido um sucesso. Cerca de 190 países representados deveriam chegar a um consenso entre os dias 13 e 15 de junho, uma sexta-feira; mas a negociação entrou fim de semana adentro; foi somente na madrugada da outra semana (terça-feira) que ocorreu o anúncio de acordo no texto base.
A chamada "economia verde" foi um dos temas centrais da Rio+20. Contudo, os países não chegaram a um consenso sobre a melhor definição e alguns países, inclusive, são contra sua utilização.
A definição mais básica da economia verde é a que se opõe à economia marrom (a atual), ou seja, seria uma economia mais preocupada com a preservação do ambiente e sem o intenso uso de combustíveis fósseis como carvão e petróleo que são altamente poluentes.
Mas nada é tão simples quanto parece. Para os países em desenvolvimento, representados pelo G77+China, dependendo de como a economia verde fosse definida no documento final da Rio+20 poderia levar a um comprometimento de adesão a padrões tecnológicos e de condicionantes ao financiamento que eles temem não conseguir cumprir. E além, acreditam que os países desenvolvidos podem usar destas regras para criar barreiras a produtos exportados por eles. O que o G77 defende é um desenvolvimento sustentável que leve à erradicação da pobreza e preservação do meio ambiente, mas sem a obrigação de ser por tecnologias verdes (que podem ser caras e produzidas apenas pelos países ricos).
Já a crítica mais pesada vem de ONGs, acadêmicos, cientistas e é compartilhada pelo governo brasileiro: a economia verde se vale do modo de produção e consumo capitalista, apenas tingindo de verde o que realmente é mais danoso ao ambiente. Assim, não adianta consumir produtos que gerem menos prejuízo ao ambiente, mas no ritmo desenfreado de hoje. O fim será o mesmo, só um pouco adiado. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário