A Rio+20 é Conferência da
ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorreu de 13 a 22 de junho, no
Rio de Janeiro. Não foi uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim como
as esferas sociais e ambientais, além da econômica, também devem ser
consideradas no desenvolvimento de um país.
Devemos
relembrar da Rio 92, conferência ocorrida 20 anos depois da Conferência de Estocolmo,
nesse período existia uma grande preocupação com a camada de ozônio (década de
80); infelizmente nessa época o Brasil era contrário a uma conferência que
traze-se ações que de fato poderiam ser concretizadas, pois a visão
governamental era que diminuindo o impacto ambiental consequentemente
diminuiria o desenvolvimento do país (principais atividades que devastavam as
áreas verdes do país no período era a agricultura e a pecuária).
A Rio+20 visava
analisar o que foi alcançado no interstício entre ela e a Rio 92 (20 anos de
intervalo); durante esse intervalo ocorreu várias movimentações globais
referente a proteção do meio ambiente, como, por exemplo, a convenção do Clima
e da Biodiversidade e o Protocolo de Kyoto (todos os países da união européia o
ratificaram e tiveram resultados concretos; nesse protocolo não houve a adesão
dos EUA, o maior emissor de poluentes do período). A conferência não proporcionou
espaços “reais” para discussões, pois a mesma ocorreu em um espaço de três
dias, sendo assim, o tempo era insuficiente para que ocorressem discussões e
que os integrantes pudessem amadurecer algumas iniciativas de outros
participantes.
A Rio+20 pode ser
resumida como uma grande decepção, pois, pra muitos,
em especial organizações ambientais e líderes internacionais, esse é o resumo
da Rio+20, que simplesmente foi uma conferência cerimonial. Por outro lado, os
representantes do governo brasileiro afirmaram ter sido um sucesso. Cerca de 190 países
representados deveriam chegar a um consenso entre os dias 13 e 15 de junho, uma
sexta-feira; mas a negociação entrou fim de semana adentro; foi somente na
madrugada da outra semana (terça-feira) que ocorreu o anúncio de acordo no
texto base.
A chamada "economia
verde" foi um dos temas centrais da Rio+20. Contudo, os países não
chegaram a um consenso sobre a melhor definição e alguns países, inclusive, são
contra sua utilização.
A
definição mais básica da economia verde é a que se opõe à economia marrom (a
atual), ou seja, seria uma economia mais preocupada com a preservação do
ambiente e sem o intenso uso de combustíveis fósseis como carvão e petróleo que
são altamente poluentes.
Mas
nada é tão simples quanto parece. Para os países em desenvolvimento,
representados pelo G77+China, dependendo de como a economia verde fosse
definida no documento final da Rio+20 poderia levar a um comprometimento de
adesão a padrões tecnológicos e de condicionantes ao financiamento que eles
temem não conseguir cumprir. E além, acreditam que os países desenvolvidos
podem usar destas regras para criar barreiras a produtos exportados por eles. O
que o G77 defende é um desenvolvimento sustentável que leve à erradicação da
pobreza e preservação do meio ambiente, mas sem a obrigação de ser por
tecnologias verdes (que podem ser caras e produzidas apenas pelos países
ricos).
Já a
crítica mais pesada vem de ONGs, acadêmicos, cientistas e é compartilhada pelo
governo brasileiro: a economia verde se vale do modo de produção e consumo
capitalista, apenas tingindo de verde o que realmente é mais danoso ao
ambiente. Assim, não adianta consumir produtos que gerem menos prejuízo ao
ambiente, mas no ritmo desenfreado de hoje. O fim será o mesmo, só um pouco
adiado.
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